quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Deixando-se desbravar...

       Motivado por uma grande pessoa que recentemente também aderiu à aventura de blogar suas experiências pessoais, de externalizar o que lhe permanecia no pensar, sem muita insistência, me pus a tentar.
       Ora, que mal faria? Os outros saberiam de mim, se, claro, lhes interessasse. Eu me aliviaria a pobre mente de armazenar tantas recordações que valessem a pena e talvez elas não mais cairiam no olvido fatal em que tantas outras caíram.


       Ao que se desse um pouco de importância e cuidado, se cativasse, seria eternizado. Não queria eu, longe de mim, que o que vivi se tornasse efêmero. De que serve vida jogada aos ventos?
       Andamos todos pelo mesmo deserto. Alguns preferem andar só; outros trocam água e se permitem a companhia, ainda que só por uma noite. As estrelas sempre rendem histórias incríveis...

       A ideia não me era ausente, confesso; a coragem, sim. Há muito que pensava em escrever das tão sábias reflexões que só podem vir de alguém que sequer cresce uma barba digna ou então tenha achado um fio branco no rol de fios que cultivo em minha cabeça, e tentar chegar a padrões literários - quiçá destituir Machado ou Manuel de seus postos.
       Para meu infortúnio - e obviamente, para seus suspiros, rs - a inspiração que se devia não havia antes que em poucas doses e palavras, que preguiçosamente repousavam numerosas nas folhas de um dicionário que tenho em um criado-mudo ao lado esquerdo de minha cama, não me chegavam à mente. Ah, a maturidade enfim...

"(...) Temos de ser nós mesmos (...) Ser núcleo de cometa, não cauda. Puxar fila, não seguir."
(Monteiro LOBATO, Carta a Godofredo Rangel, São Paulo, 15/11/1904)                          


       Hoje passo por uma época que considero importante em minha vida (de que aos poucos vou contando...).
       Cresço a cada dia. Aprendo a cada hora. Reflito a cada minuto.


       Núcleo de cometa... Sigo o conselho de Monteiro Lobato.
       Não há tempo a perder: cometas viajam por anos-luz e somem num piscar de olhos. 
       Chegou a minha hora de contar as minhas histórias, deixar meu eu-pensante florir e empurrar Machado pro escanteio...

... e continuar sonhando, assim bem alto, um bocado mais! 


Gildo Jr.